Receba meu abraço, cheio de energia bacana!

Receba meu abraço, cheio de energia bacana!

22 de agosto de 2011

Imagens do que passou

Hoje fui ao médico, como tenho feito desde q recebi alta do hospital. Minhas cicatrizes estão bem, mas será necessário acompanhamento mensal durante mais um ano, praticamente. Ele me disse q o risco por ter sido um carcinoma não existe mais naquele local, q o tumor foi retirado completo, com margem, como atesta o laudo anatopotalógico.
Após me examinar, ele orientou que devo continuar com as placas de silicone, para evitar crescimento de quelóides e vermelhões. Eu havia parado, por minha conta. Senti coceira e resolvi não usar mais. Aff... ok...eu volto. Realmente, com as placas, as cicatrizes ficavam nitidamente mais lisinhas, mas eu achava q minha pele não respirava, etc e tal. Voltarei a usá-las, portanto. Ele disse tb q posso expor minha pele ao sol, com proteção 60, com placa ou não. 
Saímos da sala de exames e fomos pra sala dele. Gerson e eu estávamos comentando sobre a conta que o Hospital São Luiz me mandou para pagar, de produtos usados durante a cirurgia, os importados. Ele então me mostrou o tal Evicel, q é um produto q é pulverizado no corpo q está sendo operado e serve como uma cola de tecido humana. Eu já tinha visto pela internet, qdo recebi o tal boleto. Ele me mostrou o vídeo de qdo ele usou isso, durante a minha cirurgia. Aí começou a sessão cinema/consultório. Ele deixou meia luz para assistirmos melhor e tudo começou.
A cirurgia em filme. Eu me vi ali, inerte, sendo tratada, sendo consertado aquilo q eu estraguei em mim. E ele começou a me mostrar todos os arquivos de fotos q ele tinha, na minha pasta, em seu computador.
Ele é professor e eu autorizei essas fotos, lá mesmo no hospital, assinei, c testemunhas e tudo.
Cada procedimento q ele faz, desde q o conheci, lá no hospital, ele registra em sua máquina. Portanto...ele tem foto de tudo!!!
E começou a sessão de terror ao ver as fotos de qdo cheguei naquele hospital. Em um momento, eu disse: ‘não é possível q era eu, como pode ter acontecido isso?’
As lágrimas caiam uma a uma, rapidamente, minha voz embargava e eu não acreditava na monstruosidade da situação q eu sustentei durante anos.
Ele disse q eu, naquela época, não tinha a noção da imagem, ao me ver refletida no espelho, exclamou isso como uma atitude do ser humano.
Meu Deus... Meus Deus...
Só Deus mesmo pra ter me protegido de mim mesma, pra ter me protegido daquilo.
Eu vi as fotos da equipe q me socorreu, da sala de cirurgia, todos. Qtas bênçãos devo direcionar a essas pessoas, lá de dentro, assim como a retaguarda, lá fora, a sofrer, rezar e torcer por mim. Desnecessário dizer sobre a equipe espiritual q acredito estar auxiliando em tudo.
As imagens eram impressionantes a ponto de impressionar a mim mesma, q convivi c aquilo q não era meu por anos e anos...
Dantesco é uma palavra q cai bem pra definir tudo aquilo, aquele corpo disforme, necrosado e infectado.
Uns fios q eu via na foto do exame agora eu sei q foram os fios q fizeram o tumor ser tracionado para fora. E a cicatriz de proteção? Minha mãe! Ela não era sutil, era enorme, grande, protetora, era uma forração entre o tumor e o meu tórax. E ali, entre tudo aquilo sendo retirado e o meu corpo um vaso sanguineo, o q alimentava tudo aquilo. Ele me sugava com canudinho.
Me desculpe se esse relato lhe parece chocante, me desculpe. Saiba q esse relato é bem superficial diante da atrocidade q fiz comigo mesma.
Como diz meu querido médico: “Passou, passado!”
Alimentar culpas e dores não me levam a nada.
Saí de lá, um tanto impressionada, fazia tempo q eu não lembrava tão fortemente de tudo aquilo q passei há pouco mais de 3 meses.
Abracei o dr. José Mario e disse q ele está sempre nas minhas preces. Ele disse q somos ´sócios’, temos em sociedade algo só nosso. Ele me disse muitas verdades, qdo me deu alta, e disse q ele poderia dizer tudo aquilo, só ele poderia, por ele ter consertado algo q eu estraguei. Mas não me disse apontando o dedo do julgamento, disse para me impulsionar praquela nova vida q ele estava me liberando, através da sua assinatura na alta médica.
Dr. José Mário Camelo Nunes, esse competente ser humano, a minha sempre gratidão e o meu carinho de paciente obediente.

14 de agosto de 2011

Gratidão

Muitas vezes, enquanto estive internada no hospital, me senti triste. Sentia solidão, medo, saudade, ansiedade, apreensão, insegurança. O tempo lá, passava de outra forma, era tudo diferente, a minha vida, durante aqueles 18 dias, era muito diferente e estranha.
É certo q o ser humano tem uma capacidade incrível de se adaptar a praticamente tudo. Eu é q digo isso! Eu própria me adaptei com aquele corpo estranho em mim, crescendo, crescendo e crescendo. A adaptação é fenomenal. Num dia, vc acha q o mundo se abriu a seus pés, no outro, vc consegue colocar um apoio capenga e aprimora esse apoio q de capenga se torna ‘vivível’. E assim os dias passam e vc nem se lembra do dia q o mundo se abriu aos seus pés.
Diversas vezes, durante o imenso período em q eu tinha aquilo q não era meu, eu passei por momentos dantescos, dramáticos e apavorantes. Nem tudo vou detalhar, me preservo o direito de não contar algumas coisas, q vou deixar q o Universo pulverize isso pra mim. Mas asseguro q passei por momentos dramáticos e só meus. Só meus. Eu só repartia essas coisas com o espelho refletindo a minha imagem e a imagem do q eu era, naquele momento. Nem sempre as imagens não eram assustadoras. Eu vivia um filme de terror sem fim, com momentos amenizados pela acomodação e adaptação.
Sim, é terrível, mas são imagens q, aos poucos, estão sendo diluídas, jogadas pro mundo em forma do q for, para serem transformadas, para serem esquecidas.
Sim, eu aprendi c tudo isso, claro. Essa lição eu não posso esquecer, eu não seria justa com o mundo se eu não aprendesse com tudo isso.
Lá no hospital, eu não pensava nos meus erros, eu vivia de uma forma ‘recomeçante’, cheia de planos para qdo eu saísse de lá. Eu não tinha concentração. Por exemplo, um livro, dos vários q me emprestaram, eu não os lia nenhum. Minha cabeça estava sempre cheia de pensamentos e eu passava muito tempo no facebook, na internet. Eu relatava meus dias, eu conversava c meus amigos e familia, eu recebia suas vibrações e isso me fazia muito bem.
Já contei o tanto q foi importante pra mim as vibrações das pessoas q me queriam bem, foi providencial para minha sustenção e recuperação. Eu sentia nitidamente o carinho e a força q me emanavam.
Mas, ainda assim, havia momentos em q eu não era toda força, eu não era toda coragem. Foram poucas as vezes, isso é muito bom, mas existiram essas vezes. Não dava pra segurar a peteca sempre no ar, não dava... e então eu me recolhia dentro de mim mesma, dos meus pensamentos, das minhas culpas e medos.
Certo dia, sem internet, comecei a mexer nos arquivos de fotos do notebook da Paty, a minha sobrinha linda, q me emprestou seu ‘brinquedinho’. Eu estava num desses dias, c a energia baixa, tristinha, e só via fotos de peixe, fotos tiradas do seu celular num aquário de alguma cidade. De repente, como uma palma de mão a me tocar, eu vejo a foto do meu pai sorrindo de um jeito q eu não lembrava mais. Aquilo foi como um turbo num coração quietinho, cheio de dor. As minhas lágrimas eram de tanta emoção e saudade q eu agradeci muito a ele. Muito. Ele transformou aquele dia sem cor, dentro daquele quarto frio de hospital em um lar, uma brisa aconchegante, de afeto e renovação.
Pai, como vc me fez sentir melhor. Como vc me ensinou, naquele dia...
Aonde quer q vc esteja, vc sempre será o meu pai, aquele q me ama, q me ajuda, q me perdoa.
Hoje, nesse Dia dos Pais, eu te desejo tudo o q for bom, as mais belas energias  e vibrações. 
Q vc esteja bem.
Sinta o meu abraço, o meu amor de filha, a minha gratidão.
Essa é a foto q mudou o meu momento:

6 de agosto de 2011

Amizades e Certezas

Não há como ter certeza sobre quem gosta ou não de vc. Claro q, existem muitos sinais, algumas evidências, mas certeza mesmo, não há.
Algumas vezes, a pessoa te surpreende c uma palavra, um telefonema, uma visita, um email, uma mensagem. Muitas vezes é alguém q vc não via, nem falava há muito tempo. Alguém aparentemente ‘esquecida’ no passado. Ou alguém aparentemente 'estranho'. Aparentemente. Aí é uma surpresa bacana, algo leve e gostoso, se sentir lembrado e querido, na proporção q se deve ter, de acordo c cada situação.
Outras vezes, a pessoa te surpreende c uma ausência, c o não telefonema, a não visita, o não email e a não mensagem. Pessoa q vc via, q vc falava, há muito tempo q sumiu, evaporou. Aí vc fica se questionando aonde pode ter errado, até encontra erros, pq ninguém é de ferro, todo mundo comete algum. Aí, nesse mesmo raciocínio vc é ‘obrigado’ a perdoar, a esquecer a deixar pra lá essa situação. Se vc erra, todos erram... logo...
Em outras situações, existem aquelas q vc não vê muito, não, e qdo vê... hum... sei lá... parece q não existe amizade assim tão forte, existe alguma relação q pode ser de trabalho ou algo igualmente formal, mas vc não vê como amizade. E aí a pessoa te surpreende c uma preocupação, c palavras... Em alguns casos, vc chega até a questionar: será q é verdade?
É muito complicado essa questão de julgar e de definir. Eu deixo pro ‘sentir’, mas ele pode me trair.
A situação da ausência acaba virando aquela história de pessoas q se afastaram e vc não sabe nem pq e nem qdo. Qdo vê, passaram-se anos e vc nunca mais viu e nem falou c seu suposto amigo. Não sabe de seus motivos, de sua vida, assim como ele não sabe dos seus. Passam-se dias, semanas, meses, anos... passa-se uma amizade.
E aí, o q refletir sobre isso?
Pegando essa bagagem disso tudo q passei recentemente, do meu ‘quase fim’, devo concluir q não temos tempo! Não temos tempo! – repito. A vida é muito rápida, o tempo passa muito rápido. A vida pode acabar já já, hoje ainda. Pode ser amanhã, depois.... não sabemos qdo, portanto, não temos tempo sobrando.
Se tem dúvida, pergunte.
Se tem algo a dizer, diga.
Se tem algo a reclamar, reclame.
Não deixe pra depois, não crie mágoas e nem fantasmas
Não invista  em amizade e atenção, esperando o seu retorno.
Ninguém age e pensa como vc pensa e age.
Muitas vezes o peso da coisa é mais leve do q parece. E a ‘coisa’ pode ser tanta coisa...
Podem até ser coisas...
Coisas da vida!