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18 de julho de 2011

Vaidade?

Sempre fui vaidosa, desde menina. Tenho o hábito, desde cedo tb, de passar cremes variados: creme de rosto, de corpo, de pés, de mãos. E assim foi sempre, mesmo qdo meu corpo já apresentava aquilo q não era meu e qdo meu corpo passou a ser só meu. Ainda assim, meus hábitos de beleza não cessaram.
No sábado, depois do meu banho, mesmo sabendo q aquele dia seria um dia divisor de águas, mesmo estando num estado emocional abaladíssimo, ainda assim, não deixei de hidratar meu corpo. Mesmo sabendo q eu estava indo para o hospital, eu não deixei de escolher uma roupa q eu gostasse, não deixei de secar meus cabelos e de me olhar no espelho pra ver se tava bom.
Vaidade, isso eu chamo de vaidade...
E aonde estava a minha vaidade qdo entrei naquela sala de enfermaria, me despi e mostrei pro mundo o q havia de errado comigo? Pra onde ela foi?
Pra médica q me atendeu, a dra. Ana Paula, eu não tinha vaidade alguma. Eu não tinha auto-estima alguma.
Como é q ela poderia entender essa situação tão paradoxal? Como?
Meu quadro psíquico foi dado como psicótica e todos q vinham falar comigo, me conhecer, descobriam q não era bem assim. A psicológa, depois q conversou comigo várias vezes, q me conheceu, não colocou no relatório conclusivo q meu quadro era psicótico.
Mas e aí?
Com explicar tudo isso? Como explicar essa preocupação q eu tinha comigo mesma, em todos os sentidos, na aparência e no geral, mas, ainda assim, eu não tinha procurado ajuda antes? E o antes não é pouco tempo, é muito, mas muito antes...
Não, eu não tenho essas respostas e não sei exatamente se as quero ter. No momento, não quero respostas, não me preocupam as respostas e nem mesmo as explicações q procuram tirar de mim. Não quero dar explicações, nem satisfações. Eu não as tenho!!!!!
Ao ser internada, acabou.
Ao entrar no quarto do hospital reservado para mim, minha vaidade ficou de lado. Não dava mais pra me preocupar c cremes, nem c secar os cabelos (eu não podia nem lavar os cabelos!), nem em depilação, nem c uma roupa bonitinha. Vesti a ‘bata’ do hospital tamanho único e pronto.
Era eu assim a partir daquele momento.
Meus cabelos passaram a embaraçar por ficar só deitada e minha mãe providenciou 2 ‘maria chiquinhas’. Eles são oleosos e então vc pode imaginar a situação depois de 10 dias sem lavá-los. O médico não permitiu após a cirurgia, poderia molhar o curativo. Troquei, depois de um tempo as ‘maria chiquinhas’ por 2 trancinhas, pra amenizar a situação lastimável.
Eu precisei usar meias para ajudar na circulação das pernas, pq eu fiquei imóvel, sem poder me mexer, por alguns dias. Não me incomodavam as pernas sem depilação. Nem mesmo as unhas sem fazer.
Cada médico q entrava e queria me examinar me via despida de vergonhas q jã não existiam mais naquele quarto de hospital. Não há mais como vc sentir isso, qdo está lá, a mercê da vida, de enfermeiros, de médicos.
Não perdi minha vaidade no hospital, não foi isso. Mas ela não ocupou um lugar de destaque na minha rotina.
A conclusão q eu chego é q me adaptei a tudo aquilo. Q deixei o barco seguir conforme a correnteza o levasse.
E talvez por isso tudo pareceu ser mais simples. Por mais complicado, grave e dramático q tudo pudesse acontecer, a maneira c q eu me comportei, com q eu aceitei tudo, sem revoltas, sem traumas facilitou muito.
A isso eu chamo de resignação.
E me agrada interpretar dessa forma.

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